Leia a tirinha a seguir da Turma do Penadinho.

As tirinhas são textos que, por meio da utilização da linguagem híbrida, buscam o humor. Além disso, a escolha vocabular, os sinais de pontuação e a estrutura sintática são importantes para a construção do texto.

1. Para começar, observe atentamente os sinais de pontuação. Estudamos, neste módulo, que a pontuação é importante para dar expressividade ao texto e ajudar o leitor a compreender as intenções comunicativas. Com base nisso, explique o uso das reticências na primeira fala da tirinha.

As reticências estão sendo utilizadas para indicar que a fala do personagem não foi finalizada. Podemos dizer, também, que essa pontuação foi utilizada para indicar uma reflexão ou um momento de pausa no pensamento.

2. O primeiro período do texto é formado por um predicado nominal, ou seja, tem um verbo de ligação e um predicativo do sujeito. Aponte esses elementos e explique a função desse predicado no contexto.

O verbo de ligação é “era”, e o predicativo do sujeito é “vivo”. O predicado nominal tem a função de indicar uma caracterização importante para o entendimento da tirinha, já que ele apresenta uma característica do personagem em um momento anterior ao da fala.

3. Os pontos de exclamação depois de interjeições, como vimos, são usados para expressar emoções. Com base no contexto, que emoção está sendo expressa no último quadrinho?

No último quadrinho, o fantasma está triste porque morreu e não tem mais as mulheres aos seus pés.

Leia a continuação da peça Pluft, o fantasminha e responda às questões 1 a 6 a seguir.

(Pela porta do sótão entra um marinheiro meio velho e forte, empurrando uma menina frágil amarrada pelas mãos com um lenço vermelho passado na boca. O velho marinheiro amarra a menina à cadeira, e tira o mapa da sacola que leva nas costas.)

PERNA DE PAU: É aqui mesmo. Foi aqui que o Capitão Bonança escondeu o tesouro. (Corre até a janela) Aqueles três patetas nunca descobrirão esta casa. Então eles queriam ser mais espertinhos do que o marinheiro Perna de Pau, hem? Queriam salvar a netinha do Capitão, hem? Mas o Capitão Bonança Arco-Íris morreu e quem vai entrar no tesouro sou eu! Está ouvindo? Sou eu. Então o vovô Bonança pensou que podia deixar o mapa do tesouro com a netinha e com os três patetas, hem? Ah! Ah! Ah! Então o capitão vovô não sabia que o marinheiro Perna de Pau estava à espreita? Há dez anos que eu espero. Estou cansado, também, ora... Sabem lá o que é esperar 10 anos pelo tesouro do navio fantasma? (Começa a procurar) Aqui está o chapéu do Capitão Bonança! (Põe o chapéu e faz continência, depois, aos brados, imitando capitão de navio) Levantar velas! Carrega punhos aos papa-figas! Afrouxar a bujarrona! Entra a bombordo, aguenta a guinada! Ah! ah! ah! Agora o capitão sou eu... (Escurece de repente) Que é isto? (Vai à janela) Ainda é cedo, sol dorminhoco! Que escuro! Oh! Eu me esqueci de trazer a lanterna. Temos que achar o tesouro. (Procurando na sacola) Quem tem uma lanterna? (Para a menina) Você tem? (Ela faz que não) (Mal-humorado) Então preciso ir até a cidade buscar uma lanterna. Você vai ficar aí presinha na cadeira. Mas não precisa fazer essa cara de vítima, que o Capitão Perna de Pau é bonzinho... Ele não vai te matar não... ele vai... ele vai casar com você... Vamos comprar outro navio e vamos navegar... navegar... navegar... (Faz a mímica de um barqueiro remando) Ninguém te achará nunca! A neta do Capitão Bonança vai navegar com o Capitão Perna de Pau... Vou buscar a lanterna e já volto... Navegar... navegar... navegar... (Dá uma gargalhada e sai assobiando a “Menina Maribel”.)

(A menina começa a chorar baixinho, desvencilhando-se na cadeira, tira a mordaça e corre até a janela.)

MARIBEL: Socorro! Socorro! Socorro! João! Julião! Sebastião! meus amigos... me salvem! (Sempre choramingando,

Maribel com muito medo procura conhecer o sótão, olhando amedrontada para todos os lados; Pluft, que estava à espreita, aproxima-se devagarinho e muito receoso.)

PLUFT: Oh! (A menina, ao ver Pluft, desmaia.)

MÃE: (Chegando) Ora, Pluft, quem mandou você aparecer?... assustou a menina...

PLUFT: (Agarrando-se à saia da mãe) E agora?

MÃE: (Coloca a menina na cadeira) Agora temos que esperar que ela volte do desmaio. Coitadinha! (Saindo) Vou procurar algum remédio para desmaio de gente. Fica aí tomando conta dela.

PLUFT: (Segurando a mãe) Eu?!

MÃE: (Voltando-se) Você, sim.

PLUFT: Mas eu tenho medo de gente, mamãe!

MÃE: Você tem medo dela?

PLUFT: Dela... muito não. Mas dele, tenho sim!...

MÃE: (De dentro) Ele não volta tão cedo. A cidade é muito longe. (Pluft fica na dúvida, vendo se segue a mãe ou não.

Por fim, na ponta dos pés, trata de observar a menina com curiosidade e medo. Um momento a menina se mexe e Pluft sai correndo, quase sem fôlego, voltando depois para tornar a observá-la. Pega nos cabelos da menina e sente prazer.)

PLUFT: Gente é engraçado!... (Continua a observá-la até que a menina torna a mexer) Mamãe!

MÃE: (De dentro) Que é, Pluft?

PLUFT: Você está aí?

MÃE: Estou.

PLUFT: (Aliviado) Ah!... (A menina torna a mexer-se) Mamãe, quem sabe a gente pega isto aí e joga lá na noite e depois fechamos bem a porta e botamos o baú de tio Gerúndio, com tio Gerúndio e tudo dentro, bem em frente da porta para o marinheiro não voltar, e ficamos aqui, nós sozinhos, só fantasmas e gente não...

MÃE: (De dentro) Pluft, quem te ensinou a ser ruim assim?

Foi o tio Gerúndio?

PLUFT: (Sempre olhando a menina em atitude de defesa)

Não é ruindade não, mamãe... É medo!

MÃE: (De dentro) Se seu pai fosse vivo! Que fantasma corajoso ele era. (Aparecendo só de rosto e tornando a desaparecer) Você quer mesmo jogar esta menina fora pela janela, Pluft?

PLUFT: Acho que não quero não. Mas ela podia bem ir logo embora. (Rodeia a menina, muito aflito) Você não acha, mamãe? (Pluft levanta a cabeça da menina) Ooooooooh!

MÃE: (De dentro) O que é, Pluft?

PLUFT: (Radiante) Mas gente é uma gracinha, mamãe...

MÃE (De dentro) Nem sempre, meu filho, nem sempre...

1. O texto é uma continuação da peça Pluft, o fantasminha e apresenta ao leitor o personagem Perna de Pau, que capturou o tesouro do Capitão Bonança e sequestrou Maribel. No entanto, ao longo do trecho, percebemos uma quebra de expectativa no que diz respeito ao destino da menina de acordo com o marinheiro. Explique essa quebra.

A quebra de expectativa ocorre quando ele afirma que não matará a menina, mas vai se casar com ela.

2. Por ser um texto teatral, podemos perceber a presença constante de rubricas. Considerando sua função, esclareça o objetivo da rubrica inicial do trecho.

A rubrica inicial serve para indicar como os atores devem se movimentar na cena que vai ser iniciada e também para o leitor compreender a forma como os personagens se comportam no momento da ação.

3. Neste módulo, estudamos o verbo de ligação e o predicativo do sujeito. Então, baseando-se em seus conhecimentos, identifique essas funções sintáticas nos trechos a seguir.

a) “Você vai ficar aí presinha na cadeira”

vai ficar – locução verbal (verbo de ligação) / presinha – predicativo do sujeito.

b) “Estou cansado também, oras”

estou – verbo de ligação / cansado – predicativo do sujeito.

c) Capitão Bonança virou passado.

virou – verbo de ligação / passado – predicativo do sujeito.

d) Maribel tornou-se refém.

tornou-se – verbo de ligação / refém – predicativo do sujeito.

e) “Se seu pai fosse vivo”

fosse – verbo de ligação / vivo – predicativo do sujeito.

4. Releia o trecho a seguir.

MARIBEL: Socorro! Socorro! Socorro! João! Julião! Sebastião! meus amigos... me salvem! (Sempre choramingando, Maribel com muito medo procura conhecer o sótão, olhando amedrontada para todos os lados; Pluft, que estava à espreita, aproxima-se devagarinho e muito receoso.)

O trecho em destaque é um predicado verbo-nominal e, por esse motivo, apresenta um predicativo. Justifique essa afirmativa apontando o predicativo presente no trecho.

O trecho é formado por um predicado verbo-nominal, pois apresenta o verbo nocional olhando e o predicativo do sujeito amedrontada.

5. Estudamos, neste módulo, que os sinais de pontuação podem ter diferentes funções no texto de acordo com a intenção comunicativa. Releia:

PLUFT: (Segurando a mãe) Eu?!

MÃE: (Voltando-se) Você, sim.

PLUFT: Mas eu tenho medo de gente, mamãe!

MÃE: Você tem medo dela?

PLUFT: Dela... muito não. Mas dele, tenho sim!...

Com base na leitura do trecho destacado, justifique o uso do ponto de interrogação em conjunto com o ponto de exclamação na primeira fala e das reticências na última fala.

Na primeira fala, a pontuação tem a função de indicar que o personagem fez uma pergunta que denota, além do questionamento, uma surpresa diante daquilo que está sendo dito. Na última fala, as reticências indicam hesitação, uma interrupção no pensamento para reflexão.

6. Para que possamos classificar um verbo em de ligação, precisamos analisar o contexto em que ele está inserido. Assim, responda: O verbo destacado em “a mãe de Pluft andava preocupada com o fantasminha” é um verbo de ligação? Justifique sua resposta.

O verbo andar, nesse caso, é um verbo de ligação, pois tem a função de indicar um estado contínuo da mãe do fantasminha e não remete à ação de caminhar, andar. O sentido, nessa frase, é que a mãe do Pluft estava constantemente preocupada nos últimos dias.


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