Leia o texto a seguir para responder às atividades propostas.



Tecnologia e educação

A busca pelo instantâneo é, sem dúvida, um dos sinais da nossa cultura digital. A um clique ou comando de voz tem-se instantaneamente informações, imagens, contatos pessoais e, por que não dizer, a própria realidade em sua representação digital. Na educação, a sala de aula pode estar conectada com o mundo, permitindo que alunos e professores acessem instantaneamente informação e conteúdo que antes limitavam-se a meios impressos ou a espaços como a biblioteca.

Em tempos de conectividade, estudantes podem em qualquer lugar e a qualquer momento assistir a videoaulas, recorrer a professores on-line ou contar com a ajuda de programas de computador que respondem às suas dúvidas. A oferta variada e instantânea de informação e estímulos, além dos novos formatos e linguagens da interação nas redes, fazem com que ouvir um professor por mais de 20 minutos pareça impossível para estudantes considerados nativos digitais. Interatividade e instantaneidade a um toque da tela do celular parecem não combinar com práticas de aprendizagem que requerem investimento de tempo em leituras, escutas participativas e diálogos que admitem, inclusive, o silêncio da reflexão.

Mas se o instantâneo virou bem de primeira necessidade, não se pode esquecer que a vida e a aprendizagem acontecem na duração. Não se trata de negar que instantes marcam nossa trajetória e muita informação nos esclarece a mente como que repentinamente. A vida, porém, é mais do que amontoado de instantes e a aprendizagem é mais do que consumo rápido de informações. Uma imagem visualizada, um texto lido ou uma aula assistida precisam da duração, da vivência no tempo, da experiência construída pelo retrabalho, pelas articulações ou pelas retomadas que se dão no processo de aprendizagem. Caso aceitemos que educação é mais do que instrução e não se reduz a preparar crianças e jovens a ir de uma fase a outra no jogo da vida, cada vez mais em menos tempo e com mais produtividade, precisamos então aceitar o desafio de integrar as tecnologias digitais na escola, sem desrespeitar os diferentes ritmos dos processos de aprendizagem.

SALDANHA, Luís Cláudio Dallier. Tecnologia e educação. Disponível em: <https://bit.ly/2pyDGAD>. Acesso em: 25 abr. 2018.

1. O texto lido é um artigo de opinião. Nesse artigo, há a predominância da 3ª- pessoa do singular. No entanto, no último parágrafo, o autor utilizou a 1ª- pessoa do plural. Que efeito de sentido essa inserção provoca no texto? Explique sua resposta.

O uso da 3ª- pessoa do singular apresenta um posicionamento mais impessoal e distante. Quando o autor introduz a 1ª- pessoa do plural, ele acaba imprimindo mais proximidade com a opinião apresentada.

2. Qual é o tema abordado no artigo em questão?

O tema abordado é a relação entre educação e tecnologia.

3. Ao longo do artigo, o autor comenta algumas questões que considera essenciais para se entender o contexto atual: a cultura digital e a aprendizagem. Que característica ele atribui a essas duas instâncias?

Para o autor, a cultura digital é instantânea, está ligada à instantaneidade das informações e dos acontecimentos. Já a aprendizagem está ligada à ideia de duração, é muito mais do que o consumo rápido de informações.

4. A que conclusão o articulista chega sobre a relação entre a tecnologia e a educação? Comente.

Para Luís Cláudio, só haverá equilíbrio entre essas instâncias “Caso aceitemos que educação é mais do que instrução e não se reduz a preparar crianças e jovens a ir de uma fase a outra no jogo da vida, cada vez mais em menos tempo e com mais produtividade [...]”, ou seja, é preciso integrar as tecnologias digitais na escola, respeitando os diferentes ritmos dos processos de aprendizagem.

5. Por meio dos estudos sobre as orações subordinadas, você aprendeu que elas contribuem com a construção do sentido de um texto, enriquecendo-o sintática e semanticamente. Sendo assim, no artigo de opinião que você acabou de ler, há vários períodos subordinados. Alguns deles estão transcritos a seguir. Analise-os para identificar a relação estabelecida em cada caso.

a) “Mas se o instantâneo virou bem de primeira necessidade, não se pode esquecer que a vida e a aprendizagem acontecem na duração.

Oração subordinada substantiva objetiva direta.

b) “Não se trata de negar que instantes marcam nossa trajetória [...].”

Oração subordinada substantiva objetiva direta.

6. Classifique as orações subordinadas substantivas destacadas, estabelecendo a associação entre as colunas.

A. Subjetiva

B. Objetiva direta

C. Objetiva indireta

D. Completiva nominal

E. Predicativa

F. Apositiva

(A) É preciso que a educação seja mais valorizada que a instrução.

(E) A verdade é que muitos se perdem nas interações virtuais.

(B) Nem todos aceitam que a internet já conquistou o lugar dela.

(F) Eu só desejo isto: que exista equilíbrio entre o real e o virtual.

(C) A professora me convenceu de que eu estava equivocada.

(D) Eu tenho receio de que haja mais confronto nas ações.


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