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Adolescência na sociedade

Nos últimos 40 anos, fui agraciada pela presença constante dos jovens na minha vida. Verdadeiro presente, a convivência diária com eles me deu a valiosa possibilidade de olhar para a adolescência como um período da vida que é muito mais do que um mero estado de “aborrecência”, como definem muitos, e que passará com o tempo. Quero dizer com isso que a adolescência na nossa sociedade é, de fato, um intervalo de transição entre a infância e a vida adulta, com um início e um fim de difícil precisão, caracterizado por várias transformações físicas, cognitivas, sociais e psicológicas que independem da vontade ou da condição dos jovens de interagir com elas.

Além disso, é um momento da vida em que vivemos mergulhados em dilemas, conflitos, dúvidas, incertezas e receios. Desejamos conquistar a tão almejada liberdade, mas não sabemos se seremos capazes de assumir as responsabilidades pelos nossos atos. Queremos ser independentes dos nossos pais, mas não sabemos se conseguiremos nos subsidiar sozinhos. Queremos realizar nossos sonhos e ideais, mas não sabemos se conseguiremos transformá-los em realidade. Mas é importante registrar que a juventude é muito mais do que isso. Essa fase da vida representa um momento de transição e de mudanças que convida as gerações mais velhas a revisitarem e repensarem as suas verdades. É o momento em que somos convidados a reinventar nossas aprendizagens do passado.

Nossos jovens, filhos também dos avanços econômicos e tecnológicos, se acostumaram a conseguir tudo o que querem, a não ser contrariados, a estar sempre conectados, a digitar ao invés de escrever e, por isso, almejam uma vida que ofereça crescimentos pessoais e salários altos, de preferência muito rapidamente. Enquanto isso, nós, os filhos da ditadura, que vimos nossos sonhos e ideais cultivados na juventude serem destruídos por um governo autoritário, que restringiu os direitos individuais, temos medo do futuro e, consequentemente, queremos que nossos jovens percebam que a vida é dura e difícil, o caminho é longo e cheio de percalços e o preço que se paga pela realização de um sonho é, por vezes, muito alto. Está na hora de nos perguntarmos: quem conduzirá a história do futuro? O que nós e nossos jovens podemos esperar do mundo? Os medos dos filhos da ditadura ou a confiança dos filhos da globalização? De quem é a vida, afinal? Nossa ou dos filhos do nosso Brasil?

BACELLAR, Anita. Adolescência na sociedade. Not’cias do Dia, 31 jul. 2017. Disponível em: <https://bit.ly/2zrVQK7>. Acesso em: 6 jul. 2018.

1. A psicóloga e articulista Anita Bacellar aborda uma temática bastante pertinente na contemporaneidade.

Qual é essa temática?

Anita Bacellar aborda, em seu artigo de opinião, a adolescência e o papel dos adolescentes na sociedade.

2. Releia este excerto.

Quero dizer com isso que a adolescência na nossa sociedade é, de fato, um intervalo de transição entre a infância e a vida adulta, com um início e um fim de difícil precisão, caracterizado por várias transformações físicas, cognitivas, sociais e psicológicas que in- dependem da vontade ou da condição dos jovens de interagir com elas.

Procure, em um dicionário, o significado do vocábulo destacado e transcreva-o.

Sugestão de resposta: transição – mudança; passagem de um estado a outro.

3. Quando a articulista comenta que a adolescência “[...] é um momento da vida em que vivemos mergulhados em dilemas, conflitos, dúvidas, incertezas e receios.”, o que se pode perceber a respeito do ponto de vista dela com relação a essa fase da vida?

Diante dessa declaração, é possível perceber que a psicóloga sabe que essa é uma fase da vida bastante complicada, pois se trata de um momento de muitas oportunidades e de muitas possibilidades, porém de muitos dilemas, de muitas dúvidas, de muitos conflitos e de incertezas, ou seja, trata-se de uma fase bastante complexa e, às vezes, obscura.

4. Anita Bacellar aponta uma diferença entre a vida dos jovens da contemporaneidade e a vida dos adultos da geração em que ela também se enquadra.

Segundo a autora, o que marca a diferença de pontos de vista entre esses jovens e a geração dela? Explique a sua resposta.

Conforme a articulista, os jovens da contemporaneidade são filhos da tecnologia, das modernidades, da rapidez, das conexões, das facilidades e dos avanços rápidos. Já a geração dela é fruto da ditadura, do autoritarismo e da restrição de direitos individuais. Assim sendo, são gerações que pensam de modo diferente e que vivem os sonhos e as vontades também de modo diferente: enquanto os jovens sonham alto e não têm medo de arriscar, ela e toda sua geração são totalmente céticas com relação aos sonhos e ao futuro.

5. Você concorda com o posicionamento da autora do artigo? Justifique sua resposta.

Resposta pessoal.

Professor, ficar atento aos argumentos dos alunos, pois eles precisam ser condizentes com o texto.

6. Conforme você estudou, a existência das orações subordinadas nos textos agrega a eles riqueza sintática, o que contribui para a coesão textual. No artigo que você acabou de ler, há várias orações subordinadas. Algumas delas estão transcritas a seguir. Analise cada período para compreender e classificar a função das orações destacadas.

a) “Quero dizer com isso que a adolescência na nossa sociedade é, de fato, um intervalo de transição entre a infância e a vida adulta [...].”

Oração subordinada substantiva objetiva direta.

b) “Desejamos conquistar a tão almejada liberdade, mas não sabemos se seremos capazes de assumir as responsabilidades pelos nossos atos.”

Oração subordinada substantiva objetiva direta.

c) Só desejo isto: que a adolescência seja uma fase tranquila.

Oração subordinada substantiva apositiva.

d) Convém que todos os jovens estudem.

Oração subordinada substantiva subjetiva.

e) A verdade é que essa fase de transição é muito complexa.

Oração subordinada substantiva predicativa.

f) Os jovens contemporâneos gostam de todas as facilidades que a tecnologia pode proporcionar.

Oração subordinada substantiva objetiva indireta.

g) Eu ainda tenho esperança de que o futuro seja promissor para todos.

Oração subordinada substantiva completiva nominal.

7. Releia este período e analise a oração destacada.

“Essa fase da vida representa um momento de transição e de mudanças que convida as gerações mais velhas a revisitarem e repensarem as suas verdades.”

a) A oração destacada é uma oração subordinada substantiva ou adjetiva? Explique sua resposta.

A oração destacada é uma oração subordinada adjetiva, pois ela é introduzida por um pronome relativo e retoma um termo anterior a ela, caracterizando-o. Não existe relação de dependência sintática entre a oração subordinada e a oração principal para ser substantiva.

b) Classifique a oração destacada e justifique sua resposta.

A oração destacada é uma oração subordinada adjetiva restritiva, porque particulariza, ou seja, restringe o termo antecedente.

8. Reduza a oração subordinada substantiva destacada no período a seguir.

“[...] queremos que nossos jovens percebam que a vida é dura e difícil [...].”

Oração reduzida: ser a vida dura e difícil.


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