1. O texto a seguir é um artigo de divulgação científica. Nele, é divulgada uma descoberta sobre a capacidade de comunicação da baleia orca. Leia-o.

Cientistas revelam que baleia orca consegue imitar a fala humana

Animal estudado em parque aquático na França aprendeu a repetir palavras como “hello” e “bye bye”; segundo autores do novo estudo, resultados fornecem a primeira prova conclusiva de que ‘dialetos’ das orcas são adquiridos por aprendizado [...] Segundo eles, estudos anteriores já mostravam a existência de “dialetos” diferentes entre grupos distintos de baleias, sugerindo que as vocalizações feitas por esses animais não são adquiridas geneticamente e que poderiam ser aprendidas.

“A orca que nós estudamos em cativeiro foi capaz não apenas de aprender as vocalizações de outras orcas, mas também vocalizações humanas, por imitação”, afirmou um dos autores do estudo, Josep Call, da Faculdade de Psicologia e Neurociências da Universidade de St Andrews. 

No parque Marineland Aquarium, em Antibes, na riviera francesa, os cientistas estudaram a capacidade da baleia Wikie para aprender novos sons. Parcialmente imersa, apenas com o espiráculo – o buraco para respiração – fora da água, Wikie foi capaz de repetir várias palavras, incluindo “Amy” – o nome de sua treinadora – e “one, two, three” (“um, dois, três”, em inglês).

A imitação não é perfeita e a vocalização é feita em um tom extremamente agudo, mas as palavras são claramente reconhecíveis. De acordo com os cientistas, por várias vezes Wikie foi capaz de produzir imitações razoáveis já na primeira tentativa, fornecendo evidências conclusivas de que as orcas têm mesmo a capacidade de aprender novos sons.

De acordo com Call, os estudos feitos anteriormente mostravam que as baleias orcas que vivem na natureza têm um conjunto específico de vocalizações e, quando são levadas para outro ambiente, mudam essas vocalizações para se adaptar às novas companheiras. Mas, até agora, não havia nenhuma evidência de que os diferentes “dialetos” eram resultado de aprendizado.

“Nossos resultados sugerem que essa também é uma explicação plausível para a maneira como as orcas que vivem na natureza aprendem as vocalizações de outras baleias e que elas são capazes de desenvolver e transmitir dialetos”, afirmou Call.

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CASTRO, Fábio de. Cientistas revelam que baleia orca consegue imitar a fala humana. O Estado de S.Paulo. Disponível em: <http://ciencia. estadao.com.br/noticias/geral,baleia-orca-consegue-imitar-fala-humana-segundo-estudo,70002172988>. Acesso em: 25 fev. 2018.

a) O texto expõe um conteúdo científico de forma clara e objetiva ou tenta convencer o leitor a respeito de um ponto de vista? Justifique sua resposta.

Expõe um conteúdo de natureza científica. O texto divulga a capacidade de comunicação da baleia orca, com base em uma pesquisa realizada por cientistas na França.

b) O texto faz referência a pesquisas realizadas a respeito da capacidade de comunicação da baleia orca. Que informações eles conseguiram coletar?

O estudo mostra que as baleias têm capacidade de aprendizado. Em contato com outras baleias, elas aprendem as suas vocalizações. Assim, elas são capazes de desenvolver e transmitir “dialetos”. Além disso, também são capazes de imitar a fala humana.

2. Compare estas duas frases do texto, observando os verbos destacados.

I. Nossos resultados sugerem que essa também é uma explicação plausível para a maneira como as orcas que vivem na natureza aprendem as vocalizações de outras baleias e que elas são capazes de desenvolver e transmitir dialetos, afirmou Call.

II. De acordo com Call, os estudos feitos anteriormente mostravam que as baleias orcas que vivem na natureza têm um conjunto específico de vocalizações e, quando são levadas para outro ambiente, mudam essas vocalizações para se adaptar às novas companheiras.

a) Identifique o termo regido de cada um dos verbos.

“As vocalizações de outras baleias” é o termo regido do verbo aprender e “às novas companheiras” é o termo regido do verbo adaptar.

b) Em qual dos termos regidos há crase? Como ela foi formada?

A crase apareceu no complemento do verbo adaptar, pois a regência desse verbo exige a preposição a, e o substantivo feminino companheiras admite o artigo definido as. Assim, ao juntar a preposição a com o artigo as formou-se a crase.

3. Coloque, quando necessário, nas palavras em destaque, o acento indicativo de crase. Em seguida, justifique suas respostas.

a) Ontem a tarde, assisti aquele filme que você me indicou.

à – àquele. A expressão à tarde é uma locução adverbial temporal feminina. O verbo assistir, no sentido de ver, é transitivo indireto e exige a preposição a, que se contrai com o pronome demonstrativo aquele.

b) As inscrições para o concurso se iniciam a partir de amanhã.

Nesse caso, temos somente a presença de uma preposição, não temos um artigo se referindo a um substantivo feminino, visto que partir é um verbo.

c) Você entregou a declaração a secretária?

a – à. O verbo entregar é transitivo direto e indireto. A expressão a declaração é o objeto direto (logo, há apenas artigo) e à secretária é objeto indireto (ocorre a fusão da preposição a exigida pelo verbo com o artigo a que antecede o substantivo feminino secretária).

d) No dia a dia, devemos incentivar o respeito as pessoas mais velhas.

a – às. Não ocorre crase com palavras repetidas. O substantivo respeito exige a preposição a que se contrai com o artigo as.

e) As vezes, ainda presenciamos manifestações racistas dirigidas a jogadores de futebol.

às – a. A expressão às vezes é uma locução adverbial temporal feminina. Não ocorre crase antes de palavra masculina (jogadores).

f) Nas próximas férias, irei a Itália visitar a minha tia.

à – a. O verbo ir exige a preposição a e o nome próprio Itália é determinado pelo artigo a. O verbo visitar é transitivo direto e não exige preposição; logo, há apenas o artigo a, que antecede o pronome feminino minha.

4. Muitas vezes, o uso ou não do acento indicativo de crase pode acarretar sentidos diferentes. Observe as frases a seguir.

a) Em qual das orações, a expressão em destaque é um sujeito? Explique sua resposta.

Na primeira oração, pois estamos diante da ideia de que anoiteceu. O verbo chegar é intransitivo e, nesse caso, não apresenta complemento (objeto direto ou indireto), pois é um verbo com significado completo.

b) Em qual das orações a expressão em destaque é um adjunto adverbial de tempo?

Na segunda oração, pois o verbo chegar, apesar de ser intransitivo, apresenta um modificador, que é introduzido pela preposição a.

5. Observe os pares de frases a seguir e explique a diferença de sentido causada pelo uso do acento indicativo de crase.

a) I. A moça cheira a rosa.    II. A moça cheira à rosa.

Na oração I – A moça aspira o perfume da rosa. A expressão a rosa é objeto direto. Na oração II – A moça exala perfume de rosas. A expressão à rosa é objeto indireto.

b) I. Eu desenho a caneta muito bem.    II. Eu desenho à caneta muito bem.

Na oração I – A pessoa desenha o objeto caneta. A expressão a caneta é objeto direto. Na oração II – A pessoa desenha utilizando uma caneta. A expressão à caneta é adjunto adverbial de instrumento.

c) I. O funcionário correu as cortinas do teatro.    II. O funcionário correu às cortinas do teatro.

Na oração I – O funcionário percorreu (deslizou) as cortinas (realizou movimento de abri-las ou fechá-las). A expressão as cortinas é objeto direto. Na oração II – O funcionário foi em direção às cortinas. A expressão às cortinas é adjunto adverbial de lugar.

d) I. Chegou a festa de formatura.    II. Chegou à festa de formatura.

Na oração I – O evento da festa de formatura chegou. A expressão a festa de formatura é sujeito. Na oração II – Alguém chegou ao evento da festa de formatura. A expressão à festa de formatura é adjunto adverbial de lugar.

6. Leia a tirinha a seguir.

a) Nos dois quadrinhos, vemos a garota Suriá demonstrando diferentes reações em relação à escola. Explique quais são esses sentimentos e o motivo que a levou a expressá-los.

No primeiro quadrinho, Suriá demonstra estar insatisfeita por ter de voltar às aulas, visto que, após as férias, o retorno à escola é sentido como algo desagradável. No segundo, ela também demonstra insatisfação. No entanto, dessa vez, por ter de sair da escola, pois reconheceu que é agradável estar nesse ambiente.

b) Justifique o emprego do acento indicativo de crase na frase do primeiro quadrinho.

No primeiro quadrinho, o emprego do acento indicativo de crase é necessário, pois o verbo volta é transitivo indireto e pede a preposição a, que se une ao artigo as da palavra feminina aulas.

7. Explique por que não ocorre crase nas frases a seguir.

a) Lavei aquela fruta.

O verbo lavar é transitivo direto, portanto não exige preposição.

b) Gosto de assistir a filmes de suspense.

Não há crase antes de palavras masculinas.

c) Referia-se a crianças, pessoas delicadas e gentis.

Não se emprega o artigo no singular antes do substantivo crianças, que está no plural; usa-se apenas a preposição do verbo regente. Diante de palavra no plural, se o a for uma preposição, não se usa crase.

d) A professora pode chegar a qualquer hora.

Não há crase antes de expressões que indiquem horas não especificadas.

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