Leia os textos abaixo.

 

Texto 1

 

Água viva

 

[...] Então escrever é o modo de quem tem a palavra como isca: a palavra pescando o que não é palavra.

 

Quando essa não palavra – a entrelinha – morde a isca, alguma coisa se escreveu. Uma vez que se pescou a entrelinha, poder-se-ia com alívio jogar a palavra fora. Mas aí cessa a analogia: a não palavra, ao morder a isca, incorporou-a. O que salva então é escrever distraidamente.

 

Por enquanto o tempo é quanto dura um pensamento.

 

Não é um recado de ideias que te transmito e sim uma instintiva volúpia daquilo que está escondido na natureza e que adivinho. E esta é uma festa de palavras.

Tenho uma voz. Assim como me lanço no traço de meu desenho, este é um exercício de vida sem planejamento. [...]

 

Quero a experiência de uma falta de construção. Embora este meu texto seja todo atravessado de ponta a ponta por um frágil fio condutor – qual? o do mergulho na matéria da palavra? o da paixão? [...]

 

LISPECTOR, Clarice. As palavras: nada têm a ver com as sensações, palavras são pedras duras e as sensações delicadíssimas, fugazes, extremas. Rio de Janeiro: Rocco Digital, 2014. Fragmento.

 

Texto 2

 

A procura da poesia

 

[...] Penetra surdamente no reino das palavras.

Lá estão os poemas que esperam ser escritos.

Estão paralisados, mas não há desespero,

há calma e frescura na superfície intata.

Ei-los sós e mudos, em estado de dicionário.

Convive com teus poemas, antes de escrevê-los.

Tem paciência se obscuros. Calma, se te provocam.

Espera que cada um se realize e consume

com seu poder de palavra

e seu poder de silêncio.

Não forces o poema a desprender-se do limbo.

Não colhas no chão o poema que se perdeu.

Não adules o poema. Aceita-o

como ele aceitará sua forma definitiva e concentrada

no espaço.

 

Chega mais perto e contempla as palavras.

Cada uma

tem mil faces secretas sob a face neutra

e te pergunta, sem interesse pela resposta,

pobre ou terrível, que lhe deres:

Trouxeste a chave?

 

ANDRADE, Carlos Drummond de. A procura da poesia. In: Folha de poesia. Disponível em: <https://bit.ly/38smMOt>. Acesso em: 17 maio 2022. Fragmento.

1. Esses textos são parecidos pois
a) afirmam que cada palavra tem mil faces.
b) apontam a facilidade da escrita.
c) dizem que o texto é atravessado por um fio condutor.
d) fazem uma analogia entre escrever e pescar.
e) mostram a importância das palavras na escrita literária.
Alternativa E

Leia o texto abaixo.

 

O burrinho pedrês

Era um burrinho pedrês, miúdo e resignado, vindo de Passa-Tempo, Conceição do Serro, ou não sei onde no sertão. Chamava-se Sete-de-Ouros, e já fora tão bom, como outro não existiu e nem pode haver igual.

Agora, porém, estava idoso, muito idoso. [...] no algodão bruto do pelo – sementinhas escuras em rama rala [...]; nos olhos [...], cor de bismuto, com pálpebras rosadas, quase sempre oclusas, em constante semi-sono; e na linha, fatigada e respeitável – uma horizontal perfeita, do começo da testa à raiz da cauda em pêndulo amplo, para cá, para lá [...].

 Rosa, João Guimarães. Sagarana. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2015. 

2. A organização desse texto tem como base
a) a caracterização do ambiente.
b) a descrição do personagem.
c) a opinião do narrador.
d) o decorrer do tempo.
e) o desenrolar do enredo.
Alternativa B

Leia o texto abaixo.

 

Vice-versa

 

Meu nome é Diana e há quatro meses namoro o Tuti. Namorava... é difícil aplicar o pretérito deste verbo! A gente se conheceu no final do ano passado e, de cara, ficamos superamigos. O Tuti é primo da Pilar, minha melhor amiga [...]. Nós duas nos aproximamos através do teatro da escola; quando as provas finais terminaram, a Pipoca – Pilar – me convidou para passar um fim de semana na casa de campo dela e foi onde encontrei o Tuti. Eu disse que ficamos superamigos de cara, mas não foi bem assim; quando o vi pela primeira vez, achei ele muito metido, um estúpido! Daquele tipo que se acha. Resumindo, nos dois dias que passamos lá, discutimos o tempo inteiro. Eu ia contra tudo que ele dizia e vice-versa. No final, eu já era do contra pelo puro prazer de irritá-lo. E vice-versa. A Pipoca, percebendo o clima tenso, começou a brincar com a gente dizendo que aquilo ia dar em namoro. Nem sonhando! Ouviu, bichano? É o que eu dizia, nem sonhando! Mas não é que ela estava prevendo o futuro? Para quase cinco meses depois, mas estava.


Queria tanto que a Pipoca previsse meu futuro novamente... Mas ela disse que nunca previu nada! Só aquela vez que não era nem previsão, apenas uma lógica matemática como dois e dois são quatro. [...]


Depois desta viagem, eu e o Tuti nos encontramos outra vez e aí foi por acaso mesmo. Acaso ou coincidência, tanto faz. Estava no shopping com meu irmão e queríamos comprar uns CDs. Quando o vi, ele estava entrando na mesma loja com uns amigos e, apesar de ter um milhão de pessoas lá dentro, olhou logo para cima e me viu. Olhou logo para mim, que estava olhando logo para ele. Disfarcei, me virando como se outra coisa tivesse chamado a minha atenção, e esperei o mesmo da parte dele. Esperei à toa porque, pouco depois, ele já tinha subido a escada e vinha falar comigo. Desta vez foi supersimpático e nem parecia o primo da Pipoca que eu tinha conhecido. Apresentei meu irmão [...] e ficamos conversando um bom tempo sobre música. Depois me despedi. [...] Tchau, Tuti, eu disse para ele. Com aquela simpatia toda, o garoto estava até mais bonito. Tchau, Tuti... Depois fiquei pensando... Tchau Tuti, que intimidade mais ridícula! Devia ter dito só tchau. Até porque, quando chegou, ele disse:


– Oi, lembra de mim? Arthur, primo da Pilar.


Está vendo só [...]? Como a vida pode ser complicada? Fiquei cheia de paranoia só por ter falado uma coisa bem boba.


Meses depois, ele iria me confessar que adorou a intimidade com que me despedi [...].


Viu só? Não era tão boba assim. 

 BROWNE, Paula. A culpa é toda de Marte. Rio de Janeiro: Rocco Digital, 2012. Fragmento.

3. O trecho desse texto que apresenta um exagero intencional é:
a) “Eu ia contra tudo que ele dizia e vice-versa.”. (1º parágrafo)
b) “... apesar de ter um milhão de pessoas lá dentro, olhou logo para cima e me viu.”. (3º parágrafo)
c) “Olhou logo para mim, que estava olhando logo para ele.”. (3º parágrafo)
d) “... e ficamos conversando um bom tempo sobre música.”. (3º parágrafo)
e) “Meses depois, ele iria me confessar que adorou a intimidade com que me despedi.” (6º parágrafo)
Alternativa B

Leia o texto abaixo.

 

Você é um número

 Se você não tomar cuidado vira número até para si mesmo. Porque a partir do instante em que você nasce classificam-no com um número. [...] O registro civil é um número. Seu título de eleitor é um número. Profissionalmente falando você também é. Para ser motorista, tem carteira com número e chapa de carro. No Imposto de Renda, o contribuinte é identificado com um número. Seu prédio, seu telefone, seu número de apartamento – tudo é número.

[...] Se tem propriedade, também. Se é sócio de um clube, tem um número. Se é imortal da Academia Brasileira de Letras, tem o número da cadeira.

É por isso que vou tomar aulas particulares de matemática. Preciso saber das coisas. Ou aulas de física. Não estou brincando: vou mesmo tomar aulas de matemática [...].

Se você é comerciante, seu alvará de localização o classifica também. [...]

Nós não somos ninguém? Protesto. Aliás é inútil o protesto. E vai ver meu protesto também é número. [...]

Nós vamos lutar contra isso. Cada um é um, sem número. O si-mesmo é apenas o si-mesmo. [...]

Vamos ser gente, por favor. [...] vejam, tentei várias vezes na vida não ter número e não escapei. O que faz com que precisemos de muito carinho, de nome próprio, de genuinidade. Vamos amar que amor não tem número. Ou tem?

 LISPECTOR, Clarice. Você é um número. In: Crônica brasileira. Disponível em: <https://cronicabrasileira.org.br/cronicas/12336/voce-e-um-numero>. Acesso em: 16 maio. 2022. Fragmento.

4. Nesse texto, no terceiro parágrafo, a palavra “tomar” significa
a) assistir.
b) beber.
c) invadir.
d) levar.
e) ocupar.
Alternativa A

5. Nesse texto, infere-se que a autora
a) compreende que o uso de números pelos órgãos públicos é confuso.
b) considera que as pessoas não estudam números o suficiente.
c) defende que as pessoas não devem ser reduzidas a números.
d) entende que estudar matemática não deve ser uma brincadeira.
e) pensa que protestar contra as coisas é algo desnecessário.
Alternativa D

Leia os textos abaixo.

 

Texto 1

 

Retratos

 

Saúdo as minhas irmãs

de suor, papel e tinta

fiandeiras

guardiãs

tecendo o embalo da rede

rubra ou lilás

no mar da palavra

escrita voraz

 

Saúdo as minhas irmãs

fiandeiras

tecelãs

cantando a uma só voz

o que nós sonhamos

o que nós plantamos

no tempo em que nossa voz

era silêncio

GRAÚNA, Graça. Retratos. In: Antologia retratos. Edições Bagaço: Recife, 2004.

 

Texto 2

 

Tecelã

 

Noites a fio, Lilia

atenta aos desafios

desmancha travesseiros

e faz pavios

 

De fio a pavio

dá conta das crias

e tece esperanças no escuro

toda coragem-Lilia

 GRAÚNA, Graça. Tecelã. In: Graça Graúna. 2022. Disponível em: <https://gracagrauna.com/2022/03/17/de-fio-a-pavio-lilia/>. Acesso em: 17 maio 2022.

6. Esses textos são parecidos porque o eu lírico
a) aprecia o trabalho das tecelãs.
b) cita o trabalho das suas irmãs.
c) conta sobre os travesseiros desmanchados.
d) lembra do silenciamento da voz de seu povo.
e) menciona o trabalho realizado noites à fio.
Alternativa A

Leia o texto abaixo.

 

A casa

 

A casa vive. Respira. Ouço-a toda a noite a suspirar. As largas paredes de adobe e madeira estão sempre frescas, mesmo quando, em pleno meio-dia, o sol silencia os pássaros, açoita as árvores, derrete o asfalto. [...] Sinto, se as abraço, um coração a pulsar. Será o meu. Será o da casa. Pouco importa. Faz-me bem. Transmite-me segurança. A Velha Esperança traz às vezes um dos netos mais pequenos. Transporta-os às costas, bem presos com um pano, segundo o uso secular da terra. Faz assim todo o seu trabalho. Varre o chão, limpa o pó aos livros, cozinha, lava a roupa, passa-a a ferro. O bebé, a cabeça colada às suas costas, sente-lhe o coração e o calor, julga-se de novo no útero da mãe, e dorme. Tenho com a casa uma relação semelhante. Ao entardecer, já o disse, fico na sala de visitas, colado às vidraças, vendo morrer o sol. Depois que a noite cai vagueio pelas diferentes divisões. A sala de visitas comunica com o jardim, estreito e mal tratado, cujo único encanto são duas gloriosas palmeiras imperiais, muito altas, muito altivas, que se erguem uma em cada extremo, vigiando a casa. A sala está ligada à biblioteca. Passa-se desta para o corredor através de uma porta larga. O corredor é um túnel fundo, húmido e escuro, que permite o acesso ao quarto de dormir, à sala de jantar e à cozinha. Esta parte da casa está voltada para o quintal. A luz da manhã afaga as paredes, verde, branda, filtrada pela ramagem alta do abacateiro. [...]

AGUALUSA, José Eduardo. O vendedor de pássaros. Alfragide: Dom Quixote, 2004. Fragmento. 

7. Nesse texto, no trecho “A sala está ligada à biblioteca.”, a palavra destacada significa
a) acesa.
b) amarrada.
c) colada.
d) conectada.
e) misturada.
Alternativa D

8. O trecho desse texto que consiste em atribuir ações humanas a seres inanimados é:
a) “A casa vive. Respira. Ouço-a toda a noite a suspirar.”.
b) “Ao entardecer, já o disse, fico na sala de visitas...”.
c) “Passa-se desta para o corredor através de uma porta larga.”.
d) “O corredor é um túnel fundo, húmido e escuro...”
e) “Esta parte da casa está voltada para o quintal.”.
Alternativa  A

Leia o texto abaixo.

 

[...] Jorra o sol pelas janelas. O vento fresco da manhã balança os estores pardos, despetala as rosas dos vasos, agita as toalhas das mesas.

Com a boca cheia de pão, Clarissa passeia o olhar em torno. Tudo isto lhe é familiar; as mesinhas pequenas com as toalhas de xadrez encarnado; nos quatro cantos, as colunas com os vasos de flores; no chão, o linóleo de losangos tricolores; na parede, a Ceia de Cristo, que custou vinte mil-réis numa vidraçaria da Rua da Praia, e estas pinturas horríveis e berrantes [...]: uma galinha que parece uma girafa [...] e um pobre peixe com cara de gente... Tudo visto, revisto e conhecido nos mínimos detalhes. [...]

VERÍSSIMO, Érico. Clarissa. Companhia de Bolso, 2005. Fragmento.


9. A organização desse texto tem como base
a) a caracterização do personagem.
b) a descrição do ambiente.
c) a opinião do narrador.
d) o decorrer do tempo.
e) o desenrolar do enredo.
Alternativa E

10. Nesse texto, no trecho “... e estas pinturas horríveis e berrantes...”, a palavra em destaque significa
a) assustadoras.
b) barulhentas.
c) chamativas.
d) sofisticadas.
e) surpreendentes.
Alternativa C

Leia os textos abaixo.

 

Texto 1

 

São Paulo

 

São Paulo, és chamarisco, com certeza!

Filhos postiços te conhecem bem.

És berço do trabalho, és fortaleza.

Mas para erguer-te vêm povos d´além.

 

E esperançosos de encontrar riqueza

De todos os recantos eles vêm.

Insistem na labuta com firmeza

se querem conquistar algum vintém.

 

E o esforço em bloco é que te faz enorme.

São Paulo, és a cidade que não dorme.

Embora tenhas na alma um peito de aço.

 

Na condição de irmão hospitaleiro

abrigas com carinho lisonjeiro

o mundo inteiro; sob teu regaço.

LIMA, Analice Feitoza de. São Paulo. In: São Paulo minha cidade. Disponível em: <https://bit.ly/3PoG085>. Acesso em: 17 maio 2022. 

Texto 2

 

Minha São Paulo

 

São Paulo é terra querida,

Onde nasci e sempre vivi.

Sampa representa VIDA

O que pensar se encontra aqui. [...]

Maior cidade da América Latina!

 

Cidade das contradições, [...]

da arte, cultura, dinamismo,

do estrangeiro é o destino,

também do gaúcho e mineiro,

do nortista e nordestino,

gente do Brasil inteiro! [...]

 CARVALHO, Ivone. Minha São Paulo. In: Luso Poemas. Disponível em: <https://bit.ly/3Nh0spJ>. Acesso em: 16 maio 2022. Fragmento.

11. A informação comum a esses dois textos é
a) São Paulo é a maior cidade da América Latina.
b) São Paulo é berço de trabalho.
c) São Paulo é conhecida pela arte.
d) São Paulo recebe pessoas de diversos lugares.
e) São Paulo recebe pessoas em busca de riqueza.
Alternativa E

Leia o texto abaixo.

 

A Pianista

 

Tinha vinte e dois anos e era professora de piano. Era alta, formosa, morena e modesta. [...]

Ensinava piano. Era esse o único recurso que tinha para sustentar-se e a sua mãe [...].

Malvina (era o nome da pianista) era estimada onde quer que fosse exercer a sua profissão. A distinção de suas maneiras, a delicadeza de sua linguagem, a beleza rara e fascinante, e mais do que isso, a boa fama de mulher honesta acima de toda a insinuação, tinha-lhe granjeado a estima de todas as famílias.

Era admitida nos saraus e jantares de família, não só como pianista, mas ainda como conviva elegante e simpática, sendo que ela sabia pagar com a mais perfeita distinção as atenções de que era objeto.

Nunca se lhe desmentira a estima que em todas as famílias encontrava. Essa estima estendia-se até [...] Teresa, sua mãe, que participava igualmente dos convites que faziam a Malvina. [...]

Era Malvina o único amparo de sua [...] mãe, a quem amava com um amor de adoração. [...]

ASSIS, Machado de. A pianista. In: Domínio Público. Disponível em: <https://bit.ly/3kZ1XN1>. Acesso em: 11 maio 2022. Fragmento.

12. A organização desse texto tem como base
a) a caracterização do ambiente.
b) a descrição do personagem.
c) a opinião do narrador.
d) o decorrer do tempo.
e) o desenrolar do enredo.
Alternativa 

Leia o texto abaixo.

 

[...] Naquele casarão, estar no quarto que fora o de minha mãe era entrar num conto de fadas [...]. Quando tinha tempo a avó abria a tampa de um baú sob a janela e eu podia ver, pegar, até vestir: eram roupagens de crianças de antiquíssimos carnavais.

 

A sensação de coisas há muito guardadas, o farfalhar dos tafetás, a cócega das plumas, o oblíquo olhar das máscaras, acendiam a fogueira da minha imaginação. Vestindo aquelas roupas eu sentia o poder dos disfarces, e a multiplicidade, a riqueza, de nada nunca ser o mesmo nem ser um só. Usar uma fantasia era [...] ser todas as possibilidades.

 

Não consigo descrever a alegria de remexer nesse velho baú: o tempo era um peixe de vidro de repente na minha mão, concreto. [...] Estavam ali os momentos vividos de minha mãe menina, era o estranho-íntimo, onde eu penetrava quase a medo.

 

E quando em casa lhe falei daquela descoberta, o baú, as máscaras e roupas, minha mãe não pareceu dar muita importância. Achou graça da minha emoção, nem sabia que aquelas velharias inúteis ainda estavam guardadas. [...]

 

LUFT, Lya. Mar de dentro. São Paulo: Arx, 2002. Fragmento.

13. Entende-se desse texto que a narradora
a) escolhia as fantasias da família para usar na festa de carnaval.
b) lembrava com afeto das fantasias que estavam no baú da família.
c) organizava as fantasias para devolvê-las aos donos.
d) preparava com alegria um espetáculo de contos de fada.
e) separava as fantasias da família para mostrar para mãe.
Alternativa B

14. Nesse texto, no trecho “... o tempo era um peixe de vidro...” (3º parágrafo), qual é o recurso estilístico utilizado?
a) A atribuição de características humanas ao tempo.
b) A comparação implícita entre o tempo e um peixe de vidro.
c) A suavização da ideia da fragilidade do peixe de vidro.
d) O emprego irônico de palavras para definir o tempo.
e) O exagero em relação à passagem rápida do tempo.
Alternativa B

Leia o texto abaixo.

 

ele perguntou-me:

em que medida é que isso te

marcou?

 

eu perguntei-lhe:

como se mede uma raiz?

 

TECEDEIRO, André. Disponível em: <https://bit.ly/38ev4JF>. Acesso em: 10 maio. 2022. Adaptado para fins didáticos.

15. Nesse texto, a palavra “marcou” significa
a) apontar.
b) combinar.
c) definir.
d) grifar.
e) observar.
Alternativa A

Leia o texto abaixo.
16. Entende-se desse texto que
a) as meninas não gostam de jogar videogame com os meninos.
b) as meninas se importam com o que os meninos fazem sem elas.
c) os meninos não chamaram as meninas por medo de perder.
d) os meninos se esqueceram de convidar as meninas para jogar.
Alternativa B

17. No segundo quadrinho desse texto, no trecho “Uhuuuu!”, o ponto de exclamação foi usado para
a) destacar irritação.
b) expressar susto.
c) marcar entusiasmo.
d) reforçar desejo.
Alternativa C

Leia o texto abaixo.

 

Arraia Xingu: espécie endêmica do Brasil encanta pela beleza

 

Entre todos os tesouros da fauna brasileira um animal que vive no fundo do rio chama atenção pela beleza inegável: a arraia Xingu (Potamotrygon leopoldi).

 

Como o próprio nome indica, essa espécie é endêmica do Brasil, restrita apenas à bacia do rio Xingu, entre os estados do Mato Grosso e o Pará. Também conhecida como arraia-de-fogo ou arraia-negra, pertence à família Potamotrygonidae, que possui cinco gêneros e 39 espécies.

 

“Ela se diferencia de outros membros do gênero por conter ocelos brancos amarelados em contraste com o fundo negro. Tem um corpo arredondado, ligeiramente ovalado, e costuma atingir os 60 centímetros, porém o maior espécime registrado possuía 111 cm, com cerca de 17 kg”, explica o biólogo Pedro Köptcke Daudt de Lima Brandão [...].

 

De acordo com o pesquisador, a arraia Xingu é uma espécie exclusiva de água doce. “São animais que têm o hábito de se manter enterrados no substrato do rio”, diz.

 

A expectativa de vida da arraia Xingu é de 15 anos [...].

 

A arraia Xingu possui um ferrão com veneno na ponta da cauda, entretanto, segundo Brandão, não é considerada um animal perigoso, pois tem um comportamento tímido e recluso.

 

Ele alerta, porém, que o hábito de manter-se enterrada pode promover acidentes caso sejam pisoteadas. “Por isso é indicado caminhar nos rios arrastando o pé ao invés de dar passos, pois ao encostar em suas laterais a arraia irá imediatamente fugir para outra área”, explica.

 

Em casos de acidente, a orientação é lavar a região afetada imediatamente com água e sabão e em seguida colocar em água morna. “Além de aliviar a dor, isso degrada boa parte do veneno. Depois dos primeiros socorros, é importante ir direto ao hospital para seguir com o tratamento”, finaliza Brandão. [...]

 

JANUZZI, Nicolle. Arraia Xingu: espécie endêmica do Brasil encanta pela beleza. In: G1, 2022. Disponível em: <http://glo.bo/3PpDXka>. Acesso em: 19 maio 2022. Fragmento. 

18. O assunto desse texto é
a) as características da arraia Xingu.
b) as espécies exclusivas de água doce.
c) os acidentes com a arraia Xingu.
d) os estudos de biólogos sobre as arraias.
Alternativa A

19. Esse texto é uma reportagem, pois
a) apresenta críticas sobre um assunto polêmico.
b) conta uma história curta a partir de um conflito.
c) expõe uma informação de forma detalhada.
d) narra situações cotidianas da vida urbana.
Alternativa C

20. Nesse texto, no trecho “... o hábito de manter-se enterrada pode promover acidentes caso sejam pisoteadas.” (7º parágrafo), a palavra em destaque foi usada para
a) apontar finalidade.
b) indicar consequência.
c) marcar proporção.
d) realçar condição.
Alternativa D

Leia o texto abaixo.

 

Ainda existem plantas tão velhas quanto os dinossauros no planeta

 

Em nossa cultura, fomos capazes de absorver muitas informações sobre os dinossauros. Referências a existência desses animais gigantes estão em nosso cotidiano, de diversas formas: no currículo escolar, em brinquedos, roupas, desenhos animados, livros, filmes, etc. Desde muito pequenos, somos apresentados ao que foram os dinossauros, como foi feita a descoberta sobre esses animais e o que eles representam para a humanidade atualmente.

 

Seja por um motivo ou por outro, existe um crescente interesse em dinossauros, que sempre se renova através de uma descoberta nova, um produto novo, ou algo do tipo. No entanto, enquanto sociedade, falhamos em estudar um pouco mais sobre o que existia no planeta naquele tempo. Por exemplo, você sabia que ainda existem plantas mais antigas que os próprios dinossauros? [...]

 

Essas plantas pertencem à família da cicadácea, que você provavelmente já viu em algum lugar. São plantas muito usadas em paisagismo por possuírem manutenção simples, mas isso não significa que elas existam em tanta abundância quanto provavelmente seria esperado. As cicadáceas, na realidade, estão em risco de extinção. Isto é, as plantas ainda existentes estão em número consideravelmente menor do que é considerado adequado e podem ser reduzidas a zero, deixando de existir. [...]

 

A paleontologia, que estuda o período paleolítico, possui uma área inteira dedicada à botânica daquele período e é essa área que estuda a origem das cicadáceas. Acredita-se que elas sejam ainda mais antigas que os dinossauros e tenham recebido uma “ajudinha” deles para se proliferarem pela superfície terrestre. O que chama a atenção é que, mesmo ao longo de todos esses milhões de anos, as cicadáceas não interromperam seu processo evolutivo. No entanto, mesmo com essa capacidade evolutiva, essas plantas têm enfrentado dificuldade para se adaptarem ao mundo moderno, exatamente por conta da ação humana. Estima-se que as cicadáceas estejam sobre a terra há 280 milhões de anos, a maior parte desse período sem precisarem lidar com o ser humano. Por conta disso, talvez seja hora do ser humano encarar a necessidade de preservar essas espécies.

 M, Roberta. Harmonia na floresta. In: Site de Curiosidades, 2022. Disponível em: <https://bit.ly/3lMrols>. Acesso: 18 maio 2022. Adaptado para fins didáticos. Fragmento.

21. Nesse texto, no trecho “... que você provavelmente já viu em algum lugar.” (3º parágrafo), a palavra destacada substitui
a) brinquedos.
b) desenhos animados.
c) dinossauros.
d) família da cicadácea.
e) paisagismo.
Alternativa D

22. Esse texto foi escrito para
a) apresentar uma crítica.
b) divulgar um conhecimento.
c) fazer um convite.
d) narrar uma história.
e) relatar um acontecimento.
Alternativa B

23. O trecho desse texto em que há uma marca de impessoalização do autor é:
a) “... fomos capazes de absorver muitas informações sobre os dinossauros.”. (1º parágrafo)
b) “Desde muito pequenos, somos apresentados ao que foram os dinossauros...”. (1º parágrafo)
c) “... falhamos em estudar um pouco mais sobre o que existia no planeta naquele tempo.”. (2º parágrafo)
d) “Acredita-se que elas sejam ainda mais antigas que os dinossauros...”. (4º parágrafo)
e) “... as cicadáceas não interromperam seu processo evolutivo.”. (4º parágrafo)
Alternativa D

Leia o texto abaixo.

 

Eclipse lunar total 2022: maior evento astronômico do ano vai ser visto no Brasil; saiba detalhes

 

Os brasileiros poderão ver o evento astronômico que tem sido considerado o maior de 2022. No próximo dia 16 de maio, é esperado que em todo o País seja visto um eclipse lunar total.

 

Como se trata de um eclipse lunar total, o que vai acontecer é que a sombra da Terra cobrirá inteiramente a Lua, o que por sua vez gera o que chama de “Lua de Sangue”, por conta do aspecto de coloração vermelha.

 

De acordo com as perspectivas astronômicas, o fenômeno poderá ser visto de qualquer região do Brasil. Ele começará por volta das 22h30 do dia 15 de maio, com a penumbra da Terra começando a escurecer a Lua.

 

Às 23h a Lua deverá começar a ser coberta por completo. Já à 00h29 do dia 16 de maio, a Lua já estará bastante avermelhada. Mas ainda não terá chegado ao fim o espetáculo no céu.

 

Ao todo, serão 5 horas e 19 minutos de eclipse, com o fim do eclipse total à 01h53 e o fim do eclipse penumbral às 03h50. Apesar da possibilidade de visibilidade em todas as regiões do País, vale ressaltar que é preciso estar atento às condições climáticas e estar o mais distante possível de horizontes com telhados e prédios.

 

MORAES, Lucas. Eclipse lunar total 2022: maior evento astronômico do ano vai ser visto no Brasil; saiba detalhes. 2022. Disponível em: <https://bityli.com/HnIxjc>. Acesso em: 9 maio 2022. Adaptado para fins didáticos.

24. O assunto desse texto é
a) as condições climáticas do país.
b) as diferentes regiões do Brasil.
c) o eclipse lunar que poderá ser visto no Brasil.
d) o horizonte visto sobre os telhados dos prédios.
Alternativa C


25. Nesse texto, no trecho “Como se trata de um eclipse lunar total...” (2º parágrafo), o termo destacado foi utilizado para
a) apontar proporção.
b) indicar causa.
c) mostrar finalidade.
d) revelar tempo.
Alternativa B


26. A linguagem utilizada nesse texto é
a) científica.
b) informal.
c) padrão.
d) regional.
Alternativa C

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