Cidadezinha cheia de graça

Cidadezinha cheia de graça...
Tão pequenina que até causa dó!
Com seus burricos a pastar na praça...
Sua igrejinha de uma torre só.

Nuvens que venham, nuvens e asas,
Não param nunca nem um segundo...
E fica a torre sobre as velhas casas,
Fica cismando como é vasto o mundo!...

Eu que de longe venho perdido
Sem pouso fixo (que triste sina!)
Ah, quem me dera ter lá nascido!

Lá toda a vida poder morar!
Cidadezinha... Tão pequenina
Que toda cabe num só olhar...

QUINTANA, Mario. Cidadezinha cheia de graça. In: Canções – seguido de Sapato Florido e A Rua dos Cataventos. Rio de Janeiro: Alfaguara, 2012. p. 206.

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1. A cidade que você imaginou antes de ler o poema é parecida ou não com a cidade de que trata o poema? Explique.

Resposta pessoal.

2. Os poemas podem transmitir emoções e sentimentos. Que sentimentos e sensações esse poema despertou em você?

Resposta pessoal. Professor, criar um clima em que os alunos se sintam à vontade para expressar suas emoções e sentimentos em relação ao texto lido.

3 A voz que “fala” em um poema é chamada de eu lírico ou eu poético. Não se deve confundir o eu lírico com o autor do poema.

a) Quem é o eu lírico no poema “Cidadezinha cheia de graça”?

Uma pessoa que não vive na cidade, alguém que está passando por ela, provavelmente, um viajante, um migrante.

b) No poema lido, o eu lírico faz uma descrição da cidadezinha. Em que parte do poema, isso ocorre?

Nas duas primeiras estrofes e nos dois últimos versos do poema.

c) Como o eu lírico descreve a cidadezinha?

Como uma cidade muito pequena, de interior, com poucas construções, tranquila, simples e comum, igual a tantas outras que existem no interior do país.

d) Os elementos empregados pelo eu lírico na descrição da cidade são suficientes para construir uma imagem dela, ou seja, eles ajudam o leitor a “visualizar mentalmente” uma paisagem da cidadezinha? Justifique sua resposta.

Espera-se que os alunos respondam que sim, pois a maneira como o eu lírico a descreve, chamando-a de pequenina, com animais pastando na praça e com uma igrejinha, ajuda o leitor a criar uma imagem mental de como é a cidade.

4. O modo como a cidade é descrita no poema transmite certo saudosismo, ou seja, um sentimento de valorização do passado.

a) Por que o eu lírico parece melancólico?

Porque queria ter nascido na cidadezinha.

b) O que a cidadezinha descrita pelo eu lírico representa para ele?

A cidadezinha representa um lar, espaço possível de repouso.

5. Em um momento do poema, o eu lírico parece aproximar seu olhar da cidadezinha e, em outro, parece se distanciar dela. Em quais partes do poema isso ocorre? Que elementos do texto nos dão essa sensação?

No início do poema, ao citar detalhes da cidadezinha (burricos na praça, a praça, a igrejinha), o eu lírico parece aproximar seu olhar dela, mas a partir da segunda estrofe, começa a se distanciar e parece que a olha do alto e, no final do poema, tem-se a impressão de que ele está partindo (ou que ele a vê apenas na lembrança), em razão do uso do advérbio “lá” em “Lá toda a vida poder morar”.

6. Os poemas são textos escritos em versos. Verso é o nome que se dá a cada linha de um poema.

a) Quantos versos há no poema “Cidadezinha cheia de graça”?

Há quatorze versos.

b) Um conjunto de versos é chamado de estrofe. Cada estrofe é separada uma da outra por uma linha em branco. Quantas estrofes há no poema lido?

Há quatro estrofes.

c) O poema “Cidadezinha cheia de graça” é um soneto. Releia o texto e observe: todas as estrofes apresentam o mesmo número de versos? Explique.

Não. As duas primeiras estrofes têm quatro versos; e, as duas últimas, três.

7. Releia, em voz alta, esta estrofe do poema, atentando para o som das palavras em destaque.

Cidadezinha cheia de graça ...
Tão pequenina que até causa dó!
Com seus burricos a pastar na praça...
Sua igrejinha de uma torre só.

a) Compare o som das palavras destacadas. Que semelhança há entre o som das palavras graça e praça, e entre as palavras dó e só?

As palavras “graça” e “praça” apresentam som semelhante na sílaba final. O mesmo acontece entre as palavras “dó” e “só”.

b) Podemos dizer que há rima entre as palavras graça e praça e entre as palavras dó e só. Com base nessa afirmação, explique o que é rima.

É a semelhança de sons no final de palavras presentes em versos diferentes.

c) Identifique no poema “Cidadezinha cheia de graça” outras palavras que rimam entre si.

• Na segunda estrofe: asas e casas; segundo e mundo.

• Na terceira estrofe: perdido e nascido.

• Na quarta estrofe: morar e olhar.


Soneto é um poema que apresenta uma estrutura fixa. Ele é composto de quatro estrofes – duas com quatro versos, chamadas quartetos, e duas com três versos, chamadas tercetos – e pode ou não apresentar rimas. As rimas são recursos que contribuem para dar ritmo ao poema e também são importantes na construção da sonoridade de um texto poético.

8. Leia este trecho de um poema.


Eras na vida a pomba predileta
Que sobre um mar de angústias conduzia
O ramo da esperança. — Eras a estrela
Que entre as névoas do inverno cintilava
Apontando o caminho ao pegureiro.
Eras a messe de um dourado estio.
Eras o idílio de um amor sublime.
Eras a glória, — a inspiração, — a pátria,
O porvir de teu pai! — Ah! no entanto,
Pomba, — varou-te a flecha do destino!
Astro, — engoliu-te o temporal do norte!
Teto — caíste! — Crença, já não vives!

VARELA, Fagundes. Cântico do calvário. In: FACIOLI, Valentim; OLIVIERI, Antonio Carlos. Antologia de poesia brasileira: Romantismo. São Paulo: Ática, 1985. p. 72.


a) Considerando esse trecho, pode-se dizer que o poema apresenta rimas ou não?

Não, este poema não apresenta palavras que rimam entre si.

b) Com base no que vimos sobre as rimas, o que é possível afirmar em relação a seu uso em poemas?

É possível afirmar que os poemas podem apresentar rimas ou não.

c) Quantas estrofes há nesse poema?

Uma estrofe.

d) Observando a quantidade de estrofes nos poemas lidos, o que se pode afirmar com relação à quantidade de estrofes em poemas?

Pode-se afirmar que os poemas podem ser formados apenas por uma estrofe ou por mais de uma estrofe.

9 Um poema é marcado por um ritmo, assim como acontece nas canções, cujo ritmo pode ser percebido quando são ouvidas. Em um poema, o ritmo pode ser dado pela combinação de sons, pela repetição de palavras, pela extensão dos versos e pela alternância de sílabas tônicas e átonas. Leia, em voz alta, estes versos do poema, pronunciando de maneira mais forte as sílabas destacadas.

"Cidadezinha cheia de graça

Tão pequenina que até causa dó!"

Que efeito é gerado pela pronúncia mais forte das sílabas destacadas nesses versos?

A pronúncia dessas sílabas gera sonoridade e confere ritmo aos versos.


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