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Texto para a próxima questão

Todas as variedades linguísticas são estruturadas, e correspondem a sistemas e subsistemas adequados às necessidades de seus usuários. Mas o fato de estar a língua fortemente ligada à estrutura social e aos sistemas de valores da sociedade conduz a uma avaliação distinta das características das suas diversas modalidades regionais, sociais e estilísticas.

A língua padrão, por exemplo, embora seja uma entre as muitas variedades de um idioma, é sempre a mais prestigiosa, porque atua como modelo, como norma, como ideal linguístico de uma comunidade. Do valor normativo decorre a sua função coercitiva sobre as outras variedades, com o que se torna uma ponderável força contrária à variação.

Celso Cunha Nova gramática do português contemporâneo (Adaptado.)

1. (Fuvest-SP) De acordo com o texto, em relação às demais

variedades do idioma, a língua padrão se comporta de modo

a) inovador.

d) neutro.

b) restritivo.

c) transigente.

e) aleatório

Resposta: B.


Texto para as próximas questões,

As variedades linguísticas brasileiras são diversas à medida da extensão territorial do País. Considere o texto seguinte, que apresenta uma dessas variedades.


- Vancê já sabe, nha Lainha, que eu 'tou na mente de lhe pedir, alguém já lhe havéra de ter contado.

Ela avermelhou toda:

- E eu sube mesmo.

Agora vancê me diga, p'r o seu mesmo dizer, si d'aqui por diante eu fico no direito de falar pro seu veio no negócio, e também si ja não é tempo de ir comprando a roupinha, louça, a trastaria dûa casa.

- Isso 'ta no seu querer.

- Mas vancê casa antão comigo de tuda a sua vontade, não tem nem um no pensamento?

- Não tenho, nho Vicente. Eu não incubro a ideia de casar co Réimundo, e ele também queria casar comigo.

Agora, dêsque ele faltou c'a promessa, eu não tenho prisão por ninguém.

SILVEIRA, Valdomiro Constancia. In: Os caboclos conto Rio de Janeiro, Brasilia Givilização Brasileira, INL, 1975 (Adaptado)

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2. (IFSP) Como pudemos notar, há, no texto, a tentativa de representação da língua cabocla. Assinale a alternativa em que estão apresentadas três palavras típicas dessa variedade linguística, seguidas de sua grafia correta, conforme a norma culta, nos parênteses.

a) vancê (cê), si (si), dêsque (desde que).

b) véio (velho), dua (de uma), c'o (com o).

c) nha (mocinha), louça (loiça), nem um (nem um).

d) tou (estou), antão (então), ninguém (ninguém),

e) sube (subi), trastaria (trasteria), incubro (incubro).

Resposta: B


3. (IFSP) Assinale a interpretação correta de acordo com o texto.

a) "Agora vancê me diga, p'r o seu mesmo dizer" - Vicente queria que Lainha repetisse para si mesma algo

b) "Eu não incubro a ideia de casar c'o Réimundo" - Lainha não esconderia de Vicente a intenção de Réimundo em tomá-la como esposa.

c) "não tem nem um no pensamento" - Lainha não pensava em ninguém melhor que Vicente para ser seu esposo.

d) "Agora, dêsque ele faltou c'a promessa" - Réimundo não fez a promessa que deveria ter feito a Lainha,

e) "eu não tenho prisão por ninguém" - Lainha afirmou não ter compromisso com ninguém.

Resposta: E


4. (Enem)

Oia eu aqui de novo xaxando

Oia eu aqui de novo pra xaxar

Vou mostrar presses cabras

Que eu ainda dou no couro

Isso é um desaforo

Que eu não posso levar

Que eu aqui de novo cantando

Que eu aqui de novo xaxando

Óia eu aqui de novo mostrando

Como se deve xaxar.

Vem cá morena linda

Vestida de chita

Você é a mais bonita

Desse meu lugar

Vai, chama Maria, chama Luzia

Vai, chama Zabé, chama Raque

Diz que tou aqui com alegria

BARROS, A Oia eu aqui de novo Disponivel em wwwlulungenzaga musbr> Acesso em 5 maio 2013. (Fragmento)

A letra da canção de Antônio Barros manifesta aspectos do repertório linguístico e cultural do Brasil. O verso que singulariza uma forma do falar popular regional é

a) "Isso é um desaforo".

b) "Diz que eu tou aqui com alegria".

c) "Vou mostrar presses cabras".

d) "Vai, chama Maria, chama Luzia".

e) "Vem cá, morena linda, vestida de chita".

Resposta: C


5. Enem

Futebol A rebeldia é que mude o mundo

Conheça a historia de Afonsinho, o primeiro jogador do futebol brasileiro a derrotar a cartolagem e a conquistar o Passe Live há exatos 40 anos

Pelé estava se aposentando pra valer pela primeira vez, então com a camisa do Santos (porque depois voltaria a atuar pelo New York Cosmos dos Estados Unidos), em 1972, quando foi questionado se, finalmente, sentia-se um homem livre. O Rei respondeu sem titubear

- Homem livre no futebol só conheço um: o Afonsinho. Este sim pode dizer, usando as suas palavras, que deu o grito de independência ou morte. Ninguém mais. O resto é conversa

Apesar de suas declarações serem motivo de chacota por parte da mídia futebolística e até dos torcedores brasileiros, o Atleta do Século acertou. E provavelmente acertaria novamente hoje.

Pela admiração por um de seus colegas de clube daquele ano. Pelo reconhecimento do caráter e personalidade de um dos jogadores mais contestadores do futebol nacional. E principalmente em razão da história de luta - e vitória - de Afonsinho sobre os cartolas

ANDREUCCI, R. Disponível em <http://carsamigos terra.com.br>. Aceu em 9 ago 2011

O autor utiliza marcas linguísticas que dão ao texto um caráter informal. Uma dessas marcas é identificada em:

a) "[...] o Atleta do Século acertou."

b) "O Rei respondeu sem titubear [...]".

c) "E provavelmente acertaria novamente hoje."

d) “Pelé estava se aposentando pra valer pela primeira vez [...]".

e) "Pela admiração por um de seus colegas de clube daquele ano"

Resposta: D


6. (Enem) Há certos usos consagrados na fala, e até mesmo na escrita, que, a depender do estrato social e do nível de escolaridade do falante, são, sem dúvida, previsíveis. Ocorrem até mesmo em falantes que dominam a variedade padrão, pois, na verdade, revelam tendencias existentes na língua em seu processo de mudança que não podem ser bloqueadas em nome de um ideal linguístico' que estaria representado pelas regras da gramática normativa. Unos como ter por haver em construções existenciais (tem muitos livros na estante), o do pronome objeto na posição de sujeito (para mim fazer o trabalho), a não concordância das passivas com se (aluga-se casas) são indícios da existência, não de uma norma única, mas de uma pluralidade de normas, entendida, mais uma vez, norma como conjunto de hábitos linguísticos, nem implicar juízo de valor.

CALLOU, D. Gramática, variação e normas. In VIEIRA, S R, BRANDÃO, S (orge) Ensino de gramatica descrição e uso. Sao Paulo Contexto, 2007 (Fragmento.)

Considerando a reflexão trazida no texto a respeito da multiplicidade do discurso, verifica-se que

a) estudantes que não conhecem as diferenças entre língua escrita e língua falada empregam, indistintamente, usos aceitos na conversa com amigos quando vão elaborar um texto escrito

b) falantes que dominam a variedade-padrão do português do Brasil demonstram usos que confirmam a diferença entre a norma idealizada e a efetivamente praticada, mesmo por falantes mais escolarizados,

c) moradores de diversas regiões do país que enfrentam dificuldades ao se expressar na escrita revelam a constante modificação das regras de emprego de pronomes e os casos especiais de concordância.

d) pessoas que se julgam no direito de contrariar a gramática ensinada na escola gostam de apresentar usos não aceitos socialmente para esconderem seu desconhecimento da norma padrão.

e) usuários que desvendam os mistérios e sutilezas da língua portuguesa empregam formas do verbo ter quando, na verdade, deveriam usar formas do verbo haver, contrariando as regras gramaticais.

Resposta: B

7. (Enem) Motivadas ou não historicamente, normas prestigiadas ou estigmatizadas pela comunidade sobrepõem-se ao longo do território, seja numa relação de oposição, seja de complementaridade, sem, contudo, anular a interseção de usos que configuram uma norma nacional distinta da do português europeu. Ao focalizar essa questão, que opõe não só as normas do português de Portugal as normas do português brasileiro, mas também as chamadas normas cultas locais as populares ou vernáculas, deve-se insistir na ideia de que essas normas se consolidam em diferentes momentos da nossa história e que só a partir do século XVIII se pode começar a pensar na bifurcação das variantes continentais, ora em consequência de mudanças ocorridas no Brasil, ora em Portugal, ora, ainda, em ambos os territórios.

CALLOU, D. Gramática, variação e normas. In. VIEIRA, S. R: BRANDÃO, S. (orgs). Ensino de gramatica descrição e uso. São Paulo: Contexto, 2007. (Adaptado.)

O português do Brasil não é uma língua uniforme. A variação linguística é um fenômeno natural, ao qual todas as línguas estão sujeitas. Ao considerar as variedades linguísticas, o texto mostra que as normas podem ser aprovadas ou condenadas socialmente, chamando a atenção do leitor para a

a) desconsideração da existência das normas populares pelos falantes da norma culta.

b) difusão do português de Portugal em todas as regiões do Brasil só a partir do século XVIII.

c) existência de usos da língua que caracterizam urna norma nacional do Brasil, distinta da de Portugal

d) inexistência de normas cultas locais e populares ou vernáculas em um determinado país.

e) necessidade de se rejeitar a ideia de que os usos frequentes de uma língua devem ser aceitos.

Resposta: C


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