Leia, analise e resolva as questões propostas sobre o poema de Mário Quintana.
Os poemas
não se sabe de onde e pousam
no livro que lês.
Quando fechas o livro, eles alçam voo
como de um alçapão.
Eles não têm pouso
nem porto;
alimentam-se um instante em cada par de mãos
e partem. E olhas, então, essas tuas mãos vazias,
no maravilhado espanto de saberes
que o alimento deles já estava em ti...
QUINTANA, Mário. Quintana de bolso. Porto Alegre: L&PM, 2006, p. 104.
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1. No poema lido, o eu lírico apresenta a sua versão de como produzir um texto poético, ou seja, ele explica como fazer um poema por meio de um poema.
a) Essa característica está relacionada a uma função da linguagem. Qual? Relembre o conteúdo estudado em Produção Textual, discuta com seu professor e com seus colegas e apresente a resposta.
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2. Ao elencar elementos que considera a razão pela qual o poema desperta sentimentos e emoções no leitor, o eu lírico encerra suas colocações afirmando o seguinte: “E olhas, então, essas tuas mãos vazias, / no maravilhado espanto de saberes / que o alimento deles já estava em ti…”.
A partir das explicações apontadas no poema, como é possível interpretar essa afirmação?
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3. Observe as palavras transcritas do poema lido, analise-as e escreva quantas letras e quantos fonemas elas apresentam:
a) poemas b) pássaros c) instante d) voo e) maravilhado
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que ________________________________________
alçapão ________________________________________
vazias ________________________________________
espanto ________________________________________
alimento ________________________________________
GABARITO:
1. a) Trata-se da função metalinguística.
b) A função metalinguística acontece quando o código explica o próprio código. Por exemplo, um verbete em um dicionário. No caso do poema de Mário Quintana, o autor usa o próprio poema para explicar o que é um poema e as razões pelas quais a poesia nos “fala” algo: o poema evoca ou desperta algo que já estava em nós.
2. Nesse contexto, o eu lírico apresenta a concepção de que a escrita de um poema está vinculada à inspiração, que faz parte da vida do poeta, ora está ao lado dele, ora não. No entanto, ele encerra suas colocações reforçando a ideia de que o “material” para a escrita de um poema é algo intrínseco ao poeta.
3. a) 6 letras e 6 fonemas; b) 8 letras e 7 fonemas; c) 8 letras e 6 fonemas; d) 3 letras e 3 fonemas; e) 11 letras e 10 fonemas.
4. que: Dígrafo “qu”.
alçapão: Encontro consonantal “lç” e ditongo “ão”.
vazias: Hiato “i-a”.
espanto: Encontro consonantal “sp” e dígrafo “an”.
alimento: Dígrafo “en”.
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