Carta aberta ao Congresso Nacional

“Ainda depositamos no atendente da farmácia o poder de decifrar a letra do médico”

Tatiana Gomes, Mestranda em Linguística

São Paulo

Soube que todos os profissionais do sistema público de saúde do Acre terão de escrever receitas, prontuários e outros documentos relativos a pacientes em letra de forma. Pouca gente, no entanto, deve ter sido informada dessa medida.

Sua importância na vida do cidadão comum é inversamente proporcional ao espaço que ocupa na mídia: apenas notinhas em jornais, sem nenhum destaque.

O que está em jogo aqui é a quebra de mais um daqueles “pequenos poderes” com os quais convivemos cotidianamente. A famosa expressão “letra de médico” traz embutida uma distinção que se faz ao “doutor”, dono do conhecimento, de não ser obrigado a comunicar claramente aos comuns mortais aquilo que lhes é de direito. Quando se chega à farmácia com uma receita incompreensível, deposita-se nas mãos do atendente o poder de decifrar o código.

Ora, se a padronização da língua é uma exigência para todos a fim de estabelecer a comunicação e a socialização a partir da linguagem, os códigos dessa língua, ou seja, as letras, devem ser claros. E não inteligíveis, se é que são, apenas entre determinados grupos. Parabéns ao Acre. A decisão é um exemplo de respeito ao cidadão.

GOMES, Tatiana. Ainda depositamos no atendente da farmácia o poder de decifrar a letra do médico.

O Estado de S. Paulo, São Paulo, 1 maio, p. J7.

1. Qual é o assunto principal dessa carta aberta?

A obrigatoriedade para os profissionais do sistema público de saúde do Acre terem de escrever, em letra de forma, receitas, prontuários e outros documentos relativos a pacientes.

2. O que motivou a implicação dessa obrigatoriedade a esses profissionais?

O fato de eles empregarem letras ilegíveis, colocando a saúde da população em risco, pois é possível haver uma compreensão errada dos registros feitos.

3. Qual é sua opinião em relação a essa obrigatoriedade? Você considera importante haver essa lei? Por quê?

Resposta pessoal.

4. Nessa carta aberta, além do título, há um subtítulo. Que informações são apresentadas neles?

No título, foi informado o destinatário; no subtítulo, o assunto da carta.

5. Em que parte da carta aparece identificado quem a escreveu?

Logo abaixo do subtítulo.

6. A quem essa carta aberta é dirigida?

Ao governo do Acre.

7. Além de argumentos para persuadir o leitor, a carta aberta pode apresentar críticas, solicitações e alertas.

a) Qual é a crítica apresentada nessa carta?

A crítica consiste no fato de os profissionais da área da saúde escreverem, de forma ilegível, receitas, prontuários e outros documentos relativos a pacientes e, também, por não ter sido bem divulgada a obrigatoriedade aos profissionais da área da saúde de terem de escrever esses documentos de forma legível.

b) No decorrer da carta, a autora emprega alguns argumentos para mostrar que a sua opinião sobre o assunto está adequada. Sublinhe, na carta, o argumento usado para convencer o leitor de que essa obrigatoriedade é importante e necessária.

Ora, se a padronização da língua é uma exigência para todos a fim de estabelecer a comunicação e a socialização a partir da linguagem, os códigos dessa língua, ou seja, as letras, devem ser claros. E não inteligíveis, se é que são, apenas entre determinados grupos. Parabéns ao Acre. A decisão é um exemplo de respeito ao cidadão.

8. De que forma essa carta é concluída?

A carta é concluída com uma parabenização ao governo do Acre e com o reconhecimento da autora de que a lei implantada é uma forma de respeito ao cidadão.

9. Em relação à estrutura da carta lida, explique como ela está organizada.

Apresenta título (com a indicação do destinatário), subtítulo (com a referência ao assunto da carta), nome e formação da remetente, introdução (com a apresentação do assunto da carta), desenvolvimento (exposição dos fatos acompanhados de críticas e argumentos) e conclusão.

10. O registro empregado nessa carta é o mesmo das cartas lidas nas páginas anteriores da unidade? Comente sua resposta.

Sim, nessa carta, assim como nas anteriores, foi empregado o registro formal.


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