O relato transcrito a seguir foi produzido pelo músico paulista Pedro Antônio Alves para o Museu da Pessoa. Nele é contada sua experiência em um projeto social, inicialmente como aprendiz e depois como orientador. Leia o texto e responda às questões. Leia prestando atenção nas marcas de oralidade mostradas na transcrição.


Primeiro eu conheci o rap. Aííí... euuu... cheguei no Espaço Criança Esperança, que era perto da minha casa. Quem me levou no Espaço Criança Esperança foi um amigo meu, o Diego, ele é grafiteiro, eleee... a gente sempre morou na mesma rua, estudou até na mesma escola um tempo. Ele me levou lá. Ele falou “Então, tem um estúdio aqui, tem um pessoal”. Aí eu catei, cheguei no espaço, que pr... eu não conhecia, só passava por lá, mas não sabia o que tinha. Eu não era ali da região, né? Eu era um... eu era da Freguesia, o Espaço Criança Esperança já fica na Brasilândia. Não ia muito prali. Ééé... aííí... eu... comecei a conhecer o pessoal. Conheci o Douglas, que era o cara que operava o estúdio, conheci o Bonga, que era ooo... grafiteiro... queee... meio que era o coordenador do espaço, que foiii... meu... meu maior professor no hip-hop, um cara que me ensinou muita coisa, que me ensinou o que era hip-hop. Foi o cara que pegou, chegou em mim, estava tendo um show e ele falou “Pega um microfone e rima”, porque eu não queria fazer isso, eu tava com vergonha. Foi a primeira vez que eu peguei no microfone e rimei, foi ele que deu espaço, ele que mandou fazer isso aí e eu fiz. Tinha eventos, tinha umas oficinas de rádio, tinha oficina de produção, tinha oficina de DJ... Eu cheguei até a dar umas oficinas no espaço. De MC. E foi... sabe... muito... foi muito gratificante pra mim, porque eu p... saí dali e ali mesmo eu tava podendo... sabe?... mostrar “Ó, ser MC... MC significa tal coisa, o MC faz isso, a função dele é isso e pra você começar a fazer tal coisa...” Conseguia passar o conhecimento. 

Disponível em:http://www.museudapessoa.net/pt/conteudo/historia/o-hip-hop-da-voz-aos-oprimidos-100044/colecao/93479 . Acesso em: 30 maio 2018.

1. Nesse relato de experiência, o jovem músico conta sua participação no projeto Espaço Criança Esperança. 

a) O contato de Pedro com a arte se iniciou nesse projeto? Por quê? 

Não, pois ele já conhecia o rap.

b) Quem o apresentou ao projeto? 

Pedro foi apresentado ao projeto por Diego, um amigo de infância, que sabia da existência de um estúdio no Espaço Criança Esperança.

c) O que essa pessoa deixou implícito em sua fala quando disse “Então, tem um estúdio aqui, tem um pessoal”. 

A pessoa sugeriu a Pedro que considerasse a possibilidade de se envolver nas atividades musicais desenvolvidas pelo projeto.

d) Segundo o relato, qual pessoa mais contribuiu para o desenvolvimento profissional de Pedro? Por quê?

O grafiteiro Bonga foi seu maior incentivador. Ele atuava como coordenador do espaço, ensinou a Pedro o que era o hip-hop e o estimulou a fazer sua primeira apresentação pública.

2. Os relatos de experiência trazem o depoimento de quem viveu uma situação incomum, como testemunhar um acidente, ou apresentam uma história pessoal que pode servir como um exemplo para outras pessoas. Qual é a finalidade do relato de Pedro? Explique.

A finalidade do relato é mostrar uma situação exemplar, já que apresenta um jovem que encontrou, em um projeto social, estímulo para sua expressão artística e para compartilhar conhecimentos com outras pessoas.

3. Os textos desse gênero contam uma vivência marcante, de um ponto de vista pessoal. 

a) Que pessoa gramatical predomina no relato: a primeira ou a terceira? 

A primeira pessoa.

b) A predominância dessa pessoa sugere que o falante participa das ações relatadas ou as observa? 

Participa.

c) Os fatos relatados referem-se ao presente, passado ou futuro? Explique.

Ao passado, porque são experiências já vividas.

4. O relato de Pedro é divulgado no site do Museu da Pessoa, que permite aos falantes usarem a linguagem com a qual têm mais intimidade. 

a) A linguagem de Pedro é formal ou informal? Dê exemplos de palavras ou expressões que comprovem sua resposta. 

É informal. Pedro usa termos como catei (com sentido de “tomei a iniciativa”) ou cara e expressões como chegou em mim (com sentido de “se aproximou”) ou meio que era (com sentido de “atuava como”).

b) Relacione a linguagem utilizada por Pedro às características dele. 

Pedro é um músico, que divulga uma cultura popular jovem, o que explica sua opção por uma linguagem informal.

c) Em sua opinião, a linguagem empregada por Pedro seria adequada se ele fosse apresentar as atividades desenvolvidas no Espaço Criança Esperança para possíveis patrocinadores? Explique sua resposta.

Resposta pessoal.

5. A transcrição do texto procurou reproduzir a maneira como Pedro realmente falou. 

 a) Releia o início do relato. 

 “Primeiro eu conheci o rap. Aííí... euuu... cheguei no Espaço Criança Esperança, que era perto da minha casa.” 

 Observe o alongamento das vogais no trecho. Para que serve esse recurso comum em textos orais?

Para que o falante tenha tempo para preparar a continuação da fala.

 b) Releia outro trecho. 

“Quem me levou no Espaço Criança Esperança foi um amigo meu, o Diego, ele é grafiteiro, eleee... a gente sempre morou na mesma rua, estudou até na mesma escola um tempo.” 

 O falante desistiu de completar uma das orações: “eleee...”. Por que isso aconteceu?

O falante sentiu necessidade de explicar melhor qual era sua relação com Diego antes de contar o que ele propôs. 

c) As marcas de oralidade que você observou nos itens a e b revelam que Pedro estava falando de modo displicente, descuidado? Explique sua resposta

Não. Os textos orais têm características diferentes daquelas dos textos escritos, porque há um tempo mínimo de planejamento. Os alongamentos e as interrupções revelam o processo de cons- trução da fala, e não uma atitude displicente.

6. Pedro não chega a explicar o que um MC faz. Releia este trecho. 

 “Ó, ser MC... MC significa tal coisa, o MC faz isso, a função dele é isso e pra você começar a fazer tal coisa...” 

a) Copie as palavras ou expressões usadas para evitar a descrição das funções de um MC. 

Tal coisa; isso.

b) Por que Pedro optou por não descrever as funções?

Essa descrição não era necessária para o sentido que Pedro queria construir. Ele desejava mostrar a maneira como atua no projeto, e não transmitir as informações que apresenta nas oficinas.

3 Comentários

  1. Adorei esse app consegui fazer a minha tarefa e ainda ganhei nota muito obrigada por ter esse app na minha vida!!!

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