Leia o editorial a seguir para responder às perguntas propostas.


Patriotismo e liberdade

Após quase 14 anos de vigência da Lei Patriótica, aprovada na esteira dos atentados de 11 de setembro de 2001, o Congresso dos Estados Unidos decidiu restringir os poderes do governo norte-americano para vigiar seus cidadãos.

Por 67 votos contra 32, o Senado chancelou a Lei da Liberdade, que, embora estenda até 2019 a licença investigatória das autoridades que havia expirado no início desta semana, restaura algo do direito à privacidade que ficara prejudicado pela Lei Patriótica.

A principal mudança diz respeito ao sigilo telefônico e vale apenas em território norte-americano. As agências de segurança dos Estados Unidos não poderão mais coletar em massa os dados das conversações telefônicas, como vinham fazendo até aqui.

Após prazo de seis meses para adaptação, essas informações serão guardadas pelas próprias companhias telefônicas, e os serviços de segurança só poderão acessá-las com autorização judicial, como é típico das democracias.

Os espiões, contudo, ainda conservam amplos poderes para monitorar e-mails e outras comunicações digitais e têm carta branca para atuar no exterior, já que as proteções da Constituição dos EUA não se aplicam a estrangeiros fora do território americano.

Ainda que as mudanças sejam bastante limitadas, é inegável que representam avanço institucional importante. A democracia, afinal, dá provas de que é capaz de corrigir seus próprios excessos.

Vale notar que a Lei da Liberdade foi aprovada devido a um esforço suprapartidário que não ocorria nos EUA havia tempos. A ala mais liberal do Partido Republicano se aliou aos democratas para abonar a lei, imediatamente sancionada pelo presidente Barack Obama.

Verdade que a transformação não veio do nada. Só foi possível porque tribunais norte-americanos haviam limitado alguns dos abusos mais gritantes e porque informantes como Edward Snowden revelaram à população a real dimensão da espionagem.

Mas, de novo, um Poder Judiciário robusto e uma imprensa livre são sinais de vigor democrático.

Quanto à vigilância em massa, o mais provável é que tanto seus defensores como seus críticos mais engajados estejam errados. Nesses 14 anos, estudos indicaram que os espiões não usaram as informações obtidas para ganho pessoal ou político, mas também que a prática teve relevância duvidosa para evitar ataques terroristas.

Trata-se de bom motivo para balancear as regras em favor do direito à privacidade.

EDITORIAIS. Patriotismo e liberdade. Folha de S.Paulo, 4 jun. 2015. Disponível em: <https://bit.ly/2Ds3fxm>.>. Acesso em: 30 jul. 2018.

O editorial publicado no jornal Folha de S.Paulo, 14 anos depois dos atentados de 11 de setembro de 2001, discute uma questão que foi bastante comentada e questionada nos Estados Unidos.

1. Qual é o tema desse editorial?

A publicação das leis de segurança nacional que atentam contra o direito à privacidade dos cidadãos norte-americanos.

2. Qual é o ponto de vista defendido pelo jornal a esse respeito?

Nesse editorial, a tese pode apontar tanto para a defesa quanto para a crítica dessa lei, porque considera fundamental que haja equilíbrio entre as liberdades civis e a segurança, pois é importante que exista a luta contra o terrorismo. Por outro lado, que sejam resguardados os Direitos Humanos, permitindo o acesso às garantias já conquistadas pela humanidade, como a questão da privacidade.

3. Ao longo do texto, duas leis são mencionadas.

a) Explique em que consiste a Lei Patriótica.

A Lei Patriótica corresponde a uma lei que foi aprovada na época dos atentados de 11 de setembro de 2001, uma lei antiterrorista, que permitia que as agências de segurança dos Estados Unidos mantivessem o controle de telefonemas particulares, de trocas de e-mails, de transações bancárias, de registros médicos e até mesmo de investigações, mesmo na ausência daquele que estivesse sendo vigiado.

b) E a Lei da Liberdade, quem a sancionou e qual era o teor dessa lei?

O Senado dos Estados Unidos a abonou e o presidente Barack Obama sancionou a Lei da Liberdade, que restaurou parte do direito dos sujeitos norte-americanos à privacidade, direito que fora prejudicado pela Lei Patriótica.

4. Releia este trecho do texto.

Ainda que as mudanças sejam bastante limitadas, é inegável que representam avanço institucional importante. A democracia, afinal, dá provas de que é capaz de corrigir seus próprios excessos.

a) Considerando o exposto, comente: De que mudanças o excerto trata? Explique sua resposta.

O excerto trata das mudanças propostas pela Lei da Liberdade, que, embora sejam limitadas, representam um avanço importante no que diz respeito aos direitos dos cidadãos com relação a sua própria privacidade.

b) Explique a que excessos o último período se refere.

O período faz menção aos excessos cometidos pela Lei Patriótica, de 2001, que dava plenos poderes ao governo norte-americano para vigiar seus cidadãos.

5. Procure no dicionário e transcreva o significado dos seguintes vocábulos:

a) vigência: aquilo que está em vigor e que apresenta resultados.

b) restringir: estabelecer limites.

c) chancelar: pôr selo, assinatura ou carimbo, aprovar.

d) democracia: tipo de governo em que o poder é exercido pelo povo, em que há liberdade e soberania popular.

e) engajamento: participação ativa, posição diante das questões políticas e sociais.

6. No texto que você acabou de ler, foram empregadas diversas orações subordinadas adverbiais, que estão destacadas nos períodos a seguir. Analise-as para entender sua função no período e, depois, classifique-as.

a) “As agências de segurança dos Estados Unidos não poderão mais coletar em massa os dados das conversações telefônicas, como vinham fazendo até aqui.”

Oração subordinada adverbial conformativa.

b) “Os espiões, contudo, ainda conservam amplos poderes para monitorar e-mails e outras comunicações digitais e têm carta branca para atuar no exterior, já que as proteções da Constituição dos EUA não se aplicam a estrangeiros fora do território americano.

Oração subordinada adverbial causal.

c) “Ainda que as mudanças sejam bastante limitadas, é inegável que representam avanço institucional importante.”

Oração subordinada adverbial concessiva.

7. Releia este parágrafo para responder aos exercícios propostos a seguir. Trata-se de uma atividade que englobará todos os tipos de orações, coordenadas e subordinadas, que foram estudadas ao longo do 2-º, do 3-º e do 4-º bimestres. Prepare-se para este desafio!

Quanto à vigilância em massa, o mais provável é que tanto seus defensores como seus críticos mais engajados estejam errados. Nesses 14 anos, estudos indicaram que os espiões não usaram as informações obtidas para ganho pessoal ou político, mas também que a prática teve relevância duvidosa para evitar ataques terroristas.

a) Quantas orações há nesse período? Separe-as por meio de barras.

Há 6 (seis) orações.

“Quanto à vigilância em massa, o mais provável é / que tanto seus defensores como seus críticos mais engajados estejam errados. / Nesses 14 anos, estudos indicaram / que os espiões não usaram as informações obtidas para ganho pessoal ou político, / mas também que a prática teve relevância duvidosa / para evitar ataques terroristas.”

b) Em “[...] o mais provável é que tanto seus defensores como seus críticos mais engaja- dos estejam errados [...]”, a oração destacada complementa, sintaticamente, a oração principal. Trata-se de uma oração subordinada substantiva. Classifique-a e justifique sua escolha.

Trata-se de uma oração subordinada substantiva predicativa, pois ela complementa o sentido de um verbo de ligação, exercendo, portanto, a função de um predicativo.

c) No período “[...] estudos indicaram que os espiões não usaram as informações obtidas para ganho pessoal ou político [...]”, há mais uma oração subordinada substantiva.

Transcreva e classifique-a.

A oração é “que os espiões não usaram as informações obtidas para ganho pessoal ou político” e ela é uma oração subordinada substantiva objetiva direta.

d) A oração “mas também que a prática teve relevância duvidosa” é uma oração coordenada ou subordinada? Classifique-a e explique sua resposta.

Essa oração é coordenada sindética aditiva, pois é uma oração independente, que acrescenta nova informação ao contexto.

e) Transcreva do trecho uma oração subordinada adverbial final reduzida de infinitivo.

A oração com essas características é “para evitar ataques terroristas”.

3 Comentários

Postar um comentário